Quase a totalidade dos processos envolvendo escândalo de corrupção na prefeitura de Saquarema tem as digitais do ex-prefeito
Na Ășltima segunda-feira (20), a 1ÂȘ Vara da Comarca de Saquarema, sob a caneta firme do juiz Dr. Felipe Damico, escreveu mais um capĂtulo dramĂĄtico na história polĂtica da cidade. Peres, ex-gestor e figura conhecida no cenĂĄrio local, teve sua condenação por improbidade administrativa mantida, ampliando o peso de uma sentença que jĂĄ o coloca entre os maiores escândalos da região.
O caso, que chocou a população, remonta a julho de 2023, quando Peres foi sentenciado à perda da função pĂșblica, inelegibilidade por 12 anos e à devolução de incrĂveis R$ 4.343.978,04 aos cofres municipais. O motivo? Um rombo milionĂĄrio causado por esquemas de direcionamento de licitações em favor da cooperativa Multiprof.
RECURSOS NEGADOS, E O PESO DA JUSTIÇA CAI COMO UMA PEDRA
Não satisfeito com o veredito, Peres, em conjunto com a cooperativa Multiprof, tentou reverter a decisão com embargos de declaração – uma manobra jurĂdica que, em casos como este, geralmente busca "revisar detalhes". No entanto, Dr. Felipe Damico, em um posicionamento firme e alinhado ao clamor por justiça, manteve o teor da condenação, reafirmando que os argumentos apresentados não modificam a essĂȘncia dos fatos.
A BOMBA: ESQUEMA DE LICITAÇÕES E MILHÕES DESVIADOS
A origem desse escândalo estĂĄ na ação de improbidade movida pelo Ministério PĂșblico em 2012, que, com farta documentação, desvendou o esquema. Segundo a denĂșncia, os editais de licitação eram forjados, e a Multiprof era favorecida para contratação. Como contrapartida, a cooperativa empregava pessoas indicadas diretamente por Peres e outros polĂticos influentes do grupo.
Os desdobramentos foram ainda mais estarrecedores. Com a quebra do sigilo bancĂĄrio da Multiprof, descobriu-se uma série de movimentações financeiras suspeitas. Diretores da cooperativa realizavam saques vultuosos, completamente incompatĂveis com os valores miserĂĄveis pagos aos trabalhadores cooperados. Para o Ministério PĂșblico, ficou claro que o esquema era estruturado para enriquecer poucos, enquanto prejudicava o erĂĄrio pĂșblico e a população.
"EXPURGAR DA ADMINISTRAÇÃO PĂBLICA": UMA SENTENÇA EXEMPLAR
O tom da decisão judicial não deixa dĂșvidas sobre a gravidade do caso. Em sua sentença, o juiz Dr. Felipe Damico destacou que a perda da função pĂșblica tem como objetivo "expurgar da Administração PĂșblica o indivĂduo cujo comportamento revela falta de sintonia com o interesse coletivo".
A população de Saquarema, indignada, vĂȘ o caso como um marco para a cidade. A manutenção da condenação reforça o desejo por transparĂȘncia e justiça em tempos de desconfiança na classe polĂtica.
O QUE ESPERAR AGORA?
Enquanto Peres encara as consequĂȘncias de sua condenação, os próximos passos para o ressarcimento dos R$ 4,3 milhões desviados permanecem incertos. SerĂĄ que o dinheiro, fruto do suor do contribuinte saquaremense, voltarĂĄ aos cofres pĂșblicos? A pressão popular promete ser um fator decisivo na fiscalização dos desdobramentos deste escândalo.
Saquarema exige respostas. Saquarema exige justiça.