Bragaloc

Após morte por coqueluche, ministra reforça pedido para vacinação

Esse foi o primeiro óbito causado pela coqueluche no paĂ­s em trĂȘs anos.

Por Saqua TV em 29/07/2024 às 17:54:35

A ministra da SaĂșde, NĂ­sia Trindade, reforçou nesta segunda-feira (29) a orientação para que grĂĄvidas e crianças sejam vacinadas contra a coqueluche. A orientação foi dada após a confirmação da morte de um bebĂȘ de 6 meses, em Londrina, no ParanĂĄ, na Ășltima quinta-feira (25).

Segundo a ministra, o caso "não liga um alerta", mas reforça "uma vigilância permanente em relação a qualquer agravo de saĂșde". NĂ­sia Trindade lamentou a morte do bebĂȘ no ParanĂĄ.

"É uma doença prevenĂ­vel por vacina, então recomendamos fortemente a vacinação", orientou. "Estaremos acompanhando e trabalhando para evitar novos casos", completou a ministra, que participou, no Rio de Janeiro, de um encontro sobre o enfrentamento global de novas pandemias.

O ParanĂĄ também investiga se a morte de um bebĂȘ de 3 meses, em Irati, no sudeste do estado, pode ser atribuĂ­da à coqueluche.

Até a primeira quinzena de junho, o estado tinha registrado 24 casos de coqueluche. Em todo o ano passado, foram 17. No Brasil, o Ășltimo pico epidĂȘmico aconteceu em 2014, quando foram confirmados 8.614 casos. O paĂ­s e o mundo enfrentam aumento de casos.

Crianças pequenas

Também conhecida como "tosse comprida", a coqueluche é uma doença infecciosa aguda respiratória altamente contagiosa. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada por meio de gotĂ­culas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar. Os principais sintomas são febre, mal-estar, coriza e tosse seca, às vezes, intensa.

"Na criança pequena é muito caracterĂ­stica com aquela respiração que é um guincho, uma falta de ar, um ruĂ­do respiratório", explica o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri.

O especialista conta que a doença atinge a todos, mas preocupa quando acomete crianças pequenas. "A coqueluche tem a sua gravidade focada quase que exclusivamente na criança pequena, no bebĂȘ no primeiro ano de vida. Justamente a idade em que ele ainda não completou o seu esquema vacinal."

Segundo Kfouri, no Brasil e no mundo, a doença costuma ter ondas de picos de prevalĂȘncia, que acontecem, geralmente, dentro de cinco a sete anos.

Dessa vez, o perĂ­odo ficou mais espaçado por causa da pandemia de covid-19, quando o distanciamento social e medidas de proteção, como o uso de mĂĄscaras, contribuĂ­ram para que houvesse menos infecções.

Ele detalha que o surgimento de ondas acontece porque a infecção e a vacinação não causam uma imunidade duradoura, fazendo com que, de tempos em tempos, haja mais pessoas suscetĂ­veis à infecção.

O infectologista acrescenta como motivos do aumento recente no nĂșmero de casos a cobertura vacinal infantil não ideal e mutações na cepa da bactéria Bordetella pertussis, causadora da doença.

Esquema vacinal

As vacinas contra coqueluche integram o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da SaĂșde. Além de bebĂȘs, gestantes e puérperas (mulher no perĂ­odo de seis a oito semanas após o parto) podem receber a vacina.

O esquema vacinal primĂĄrio nos bebĂȘs é composto por trĂȘs doses, aos 2, 4 e 6 meses, com a vacina pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b.

As doses de reforço com a vacina DTP (contra difteria, tétano e coqueluche), conhecida como trĂ­plice bacteriana, são aplicadas com 15 meses e 4 anos.

Renato Kfouri destaca que a vacinação da gestante e do bebĂȘ é a melhor forma de proteção.

"Duas estratégias tĂȘm sido desenvolvidas para controlar coqueluche na criança pequena. Vacinar a gestante, porque ela transfere os anticorpos para o bebĂȘ e o protege, especialmente, no primeiro semestre de vida. E vacinar a criança aos 2, 4 e 6 meses, sem atraso. A partir de 6 meses de vida, o bebĂȘ fica protegido com a sua própria vacinação", explica.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

Comunicar erro
serpa filmes

ComentĂĄrios

saquatv