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Após protesto, vereadores do Rio adiam votação de lei do funcionalismo

Secretaria Municipal de Educação do Rio informou que tem dialogado de forma constante com representantes dos profissionais.

Por REDAÇÃO em 27/11/2024 às 13:09:05

A Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro decidiu adiar a votação de um projeto de lei que modifica pontos do estatuto dos funcionĂĄrios pĂșblicos municipais. O Projeto de Lei Complementar (PLC) 186/2024, proposto pela prefeitura do Rio, deveria ter sido votado nessa terça-feira (26), mas a sessão foi suspensa depois que profissionais de educação, insatisfeitos com as mudanças, ocuparam o plenĂĄrio da casa.

Entre as propostas do texto estão mudanças na concessão de férias, no cĂĄlculo das horas trabalhadas e nas licenças-prĂȘmio. Em relação às férias, por exemplo, o PLC propõe que elas possam ser fracionadas em até trĂȘs perĂ­odos.

O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe-RJ) considera que a proposta ataca o direito dos trabalhadores, flexibilizando as férias de janeiro e o recesso de julho. Para protestar contra o PLC, os professores também entraram em greve por tempo indeterminado, na segunda-feira (25).

Outra mudança apresentada pelo PLC se relaciona às licenças-prĂȘmio. A lei atual, que data de 1979, prevĂȘ que "após cada quinquĂȘnio de efetivo exercĂ­cio no municĂ­pio, o funcionĂĄrio farĂĄ jus a licença especial de 3 (trĂȘs) meses, com todos os direitos e vantagens de seu cargo efetivo".

O novo texto retira essa redação, limitando-se a dizer que "os perĂ­odos de licença especial adquiridos poderão ser gozados a qualquer tempo pelo funcionĂĄrio, independentemente da revalidação do ato concessivo". Para o Sepe, o PLC significa o fim do direito à licença-prĂȘmio.

Outro ponto de discordância entre profissionais de educação e o projeto de lei se refere à contagem das horas trabalhadas. O PLC passa a contar o tempo trabalhado em minutos e não considera recreio ou almoço como horas trabalhadas.

"Existe nacionalmente a compreensão jurĂ­dica de que a hora-aula é de 50 minutos. Por que 50 minutos? Porque tem, entre outras coisas, o momento de deslocamento de uma sala para outra", explica a coordenadora-geral do Sepe, Helenita Bezerra.

"Além disso, o momento de recreio é um momento em que o professor estĂĄ trabalhando, que é um momento em que, muitas vezes, ele estĂĄ na sala dos professores, discutindo casos de alunos, dificuldades, metodologias", ressaltou.

O Sepe apelidou o PLC de "pacote de maldades". "Com essa ampliação de carga horĂĄria, o que o governo pretende, de fato, é aumentar a jornada de trabalho do professor, fazendo com que ele trabalha para um nĂșmero maior de turmas, porque tem uma enorme carĂȘncia na rede. Em vez de ele fazer os concursos, ele resolveu criar maneiras paliativas que afetam a qualidade do ensino", disse a representante sindical.

Os profissionais de educação farão uma nova assembleia na sexta-feira (29) para avaliar os rumos da greve. Antes disso, eles devem se reunir com a mesa diretora da Câmara dos Vereadores para negociar o futuro do PLC. Os professores querem que ele seja rejeitado pelos parlamentares, mas, a princĂ­pio, o projeto voltarĂĄ à votação na próxima semana.

"O que a gente tem, na verdade, no municĂ­pio do Rio, é uma reforma trabalhista muito pesada, que não atinge só o profissional de educação", afirmou Helenita. "A greve provavelmente deve se estender. A gente não gostaria que isso acontecesse, porque estamos no final do ano letivo e os alunos estão ansiosos para fechar esse ano letivo", acrescentou.


Fonte: AgĂȘncia Brasil

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