Por decisão monocrática no âmbito do Tribunal Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), a prefeita de Saquarema (RJ), Manoela Ramos de Souza Gomes Alves (PL), foi afastada do cargo por 90 dias. Seus bens também foram bloqueados. Ela é acusada de cometer ato de improbidade administrativa e a decisão foi publicada no dia 1º de agosto.
Manoela está sendo investigada por irregularidades no programa "Conexão do Futuro", voltado para aulas de reforço e atividades extracurriculares destinadas aos alunos da rede municipal.
O desembargador Marco Antônio justificou a medida em sua decisão, alegando a necessidade de uma ampla investigação para demonstrar o quadro caótico em que se encontra a administração pública de Saquarema, o que, muito provavelmente, segundo ele, está causando uma sangria nos cofres públicos do município.
O Município de Saquarema, representado pelo vice-prefeito Rômulo Carvalho de Almeida, apresentou ação de improbidade administrativa contra Manoela Peres, como a prefeita é conhecida na política, e outros 14 réus. Tudo porque a cidade vem sofrendo graves lesões ao erário. Foram fechados contratos com empresas ligadas a parentes da prefeita, com previsão de investimento na ordem de R$ 326 milhões.
De acordo com a investigação, os servidores ficam em silêncio por conta de assédio moral cometido contra qualquer um que se oponha ao grupo político da prefeita que serve de barreira intransponível à apuração dos fatos e à necessária auditoria dos contratos. Outras duas investigações também fazem parte do processo e correm em paralelo: "O Natal de Luz", que apresenta dezenas de irregularidades e flagrante superfaturamento, assim como a Organização Social, "Prima Qualitá", que presta serviços na área da saúde.
Com o afastamento da prefeita Manoela Peres, o vice-prefeito Rômulo Carvalho, do partido Novo, responderá pela prefeitura.
Em nota, Manoela disse receber a decisão com perplexidade e que vai recorrer para retomar seu mandato.